Seguidores

domingo, 28 de março de 2010

2° Mochilão - Argentina

Sem férias desde julho de 2008, trabalhando em um ritmo alucinante tirei 20 dias para realizar parte de um grande sonho. As passagens estavam compradas desde Janeiro e a principío o destino era Peru e Chile, porém após as ondas de terremotos que não deram tréguas, a queda de um avião em Nazca e o parque de Macchu Picchu fechado, fez com que na última semana antes do embarque eu alterasse todo meu itinerário.

Utilizei os trechos áreos para fazer: SP - Buenos Aires, Buenos Aires - El Calafate, Córdoba - SP.

E assim, percorri sozinha toda a Patagonia de ônibus pela lendária Ruta 40, conhecendo: El Calafate, El Chalten, Perito Moreno, El Bolson, Bariloche, Villa Angostura, San Martin de los Andes, Medonza e Córdoba.

Nunca imaginei que fosse capaz de perder a noção do tempo. Mais do que sair do rotina, penso que estou a viver uma vida em poucos dias. Só me dei conta do dia de hoje, quando entrei no computador. Tantas coisas aconteceram nestas férias, tantas histórias, barbadas e roubadas que parece que vivo uma nova vida.

Não consigo me lembrar nem das pessoas de minha rotina. A vontade é de continuar viajando o mundo. Por isso estou estudando para conseguir entrar para o programa futuros diretivos. É muito interessante o fato conhecer outras culturas e conviver com um idioma diferente.

Acho até que aprendi a falar espanhol, estou há 7 dias viajando com uma francesa e um argentino que conheci no ônibus. Eu que tive aulas de espanhol apenas na faculdade estou conseguindo conversar como se estivesse conversando com meus amigos do Brasil. As vezes preciso falar em inglês, ou fazer mimicas, enfim, uma experiência única.

Viajar é divertido, porém pode ser perigoso. Ao mesmo tempo que conhecemos novos lugares, culturas e pessoas diferentes, também viajamos para o nosso interior. Passamos a ver a vida de outra forma e ao refletir sobre isso, concluímos que nossa conduta está toda errada.

Estamos tão habituados com este mundo capitalista que diariamente buscamos ter um cargo melhor, um carro melhor e aos poucos vamos nos esquecendo de ser.  Aqui estou dormindo em Hostel, lavando as roupas no chuveiro, jantando em bons restaurantes somente quando possuí uma comida distinta como o churizo,cervo e o cordeiro e na maioria dos dias, fazendo a comida no próprio hostel, conversando com os americanos, irlandeses e pessoas do mundo inteiro e aproveitando o dinheiro para fazer passeios fantásticos, como: voar de parapente, trekkings e degustando minha grande paixão: vinhos.

Sentir a liberdade e a necessidade de renovação pode ser gostoso, porém livrar-se dos antigos hábitos ainda é muito doloroso.