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domingo, 31 de agosto de 2008

A incerteza do amanhã

Queria perder essa mania de tentar encontrar explicações para tudo o que ocorre em minha vida. A verdade é que a vida está longe de ser lógica como a matemática e infelizmente não estamos preparados para saber a verdadeira razão de certos acontecimentos que temos que passar.

Sei que tudo parece mais dificil do que realmente é e que na maioria das vezes fazemos uma tempestade em um copo d'agua. Não nos damos conta de que aquele maremoto que enfrentamos é simplesmente um copo d'agua, inofensivo para quem vê de fora, mas que para nós parece que vai nos afogar. Quem é que se afoga em um copo d'agua? Dizem que Deus não nos dá mais do que podemos suportar e isso é verdade. O problema é que nós temos o livre arbitrio e sei lá se é burrice ou masoquismo, mas estamos sempre pintando os acontecimentos piores do que realmente são. Nós somos responsáveis por nossos sofrimentos, somos burros, imaturos, imperfeitos e diante de um maremoto, perdemos o nosso foco e nos permitimos sermos levados por essa mesma tal da força da gravidade que diariamente já nos impulsiona para baixo.

Pensamentos confusos, desconexos. Palavras que inconscientemente vão aparecendo na tela sem que eu mesma me dê conta. Eu não sei o que vai acontecer amanhã, ou mesmo daqui a cinco minutos, não estou afim de escrever frases bonitas ou impressionar alguém, só estou deixando com que meus dedos escrevam aquilo que sinto sem usar o filtro solar da razão.

Essa semana uma pessoa me disse que quem muda demais a aparência, na verdade está tentando se encontrar. Em menos de três meses, já mudei meu cabelo seis vezes e acho mesmo que essa pessoa tem razão. Acho que não me encontrei. Não me identifico com esse mundo injusto, com essas pessoas superficiais, com a frieza e a indiferença. Constantemente formulo uma máscara, tentando construir uma muralha fazendo com que mais ninguém tenha acesso ao que realmente represento.

Engraçado, atrás dessa vida de diversão, das baladas, dos amigos, sinto-me como se o tempo tivesse passado e eu não tivesse me dado conta. Essa semana fez um ano que praticamente abandonei meu ex-noivo no altar e os meus sentimentos, receios, continuam os mesmos. Ainda sinto-me sem chão. Não digo isso por ter me arrependido. Ainda tenho a convicção de que foi a melhor decisão que tomei em minha vida, mas... O que me atormenta, as respostas que busco, ainda são as mesmas... Não sei para onde seguir, tenho dúvidas, se o caminho que trilho é o mais correto... As vezes um pensamento me impulsiona a querer largar tudo e ir para a Austrália, estudar inglês, conhecer uma cultura diferente, sei lá... Tentar recomeçar do zero.

Na verdade sinto-me uma idiota. Perco tanto tempo pensando no meu futuro que esqueço de viver o hoje. Este momento é único e talvez a única coisa que necessito é esvaziar a minha mente. Parar de pensar tanto, de imaginar tanto. Há sempre alguma coisa importante acontecendo e se continuarmos olhando apenas para dentro de nós, buscando responder as incontáveis perguntas que nos fazemos diariamente, ficamos malucos. É dificil mudar, mas... É necessário e reduz nossos sofrimentos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Foi melhor assim

Os turbilhões dos últimos tempos, acabaram por consumir minhas energias, fazendo com que eu esquecesse de mim, dos meus propósitos, de lutar pelo que acredito ser justo e de realizar as atividades que me dão prazer. Uma delas é a arte de filosofar. Dia desses coloquei um texto no ar, mas àquilo soava tão melancólico, que decidi apagar.

Seria fácil se na vida fossemos capazes de deletar os momentos ruins, assim como fazemos com os posts mal redigidos. Diante de tudo aquilo que venho aprendendo na doutrina espirita e em todas as minhas leituras diárias, teoricamente aprendi que é muito simples ser feliz e estar sempre em paz. Porém na prática, algumas dificuldades da nossa imperfeição humana, nos estremece e por momentos esquecemos até da força da nossa fé.

São nestes momentos que nosso alto astral, nossa paciência, tolerância são testados, colocando em prova tudo o que realmente gostariamos de ser. É fácil dizer que amamos o nosso próximo, porém quando alguns de nossos desafetos se encontram na nossa rotina, nos perseguindo, nos odiando, nos caluniando e nos prejudicando, torna-se muito trabalhoso não se deixar entrar nessa sintônia inferior.

E se não nos vigilamos constantemente, não tem jeito, nos envolvemos mesmo, sofremos e é nessas horas que lembramos que estavamos ocupados demais para Deus, estavamos cansados demais para Deus e aquilo aconteceu para nos sacudir e abrir os nossos olhos e não para nos derrubar.

Daí depende de nós. Depende de nós, a força, a coragem, a determinação, a fé e a paciência. Nem tudo na vida é do jeito que nós queremos. Acho que um dos nossos piores defeitos é o de querer mandar na agenda de Deus. "Eu quero ser bem sucedido profissionalmente, agora", "Eu quero o amor daquele fulano". Será que nós sabemos o que é melhor para nós mesmos? Quantas vezes me deparei pedindo coisas absurdas, que hoje olho para trás e agradeço a Deus por não ter me dado.

Diferente de nós, somente Deus sabe o fim da história, só ele sabe aquilo que merecemos, somente ele tem o discernimento para saber exatamente aquilo que nos é necessário para o nosso desenvolvimento. Não adianta se revoltar, culpar os outros pelos nossos fracassos. É preciso acreditar, confiar e muitas vezes cultivar a paciência para saber esperar o tempo certo para as realizações de nossa vida pessoal.

Se algo não deu certo, se algo não foi como esperavamos, acredite: foi melhor assim. Hoje podemos não entender, mas um dia teremos esclarecimentos necessários para ver o quanto Deus escreve certo em linhas tortas.