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sábado, 20 de outubro de 2007

Onde está a FELICIDADE?

Recentemente decidi fortalecer o time dos solteiros e mandar este tal de amor às favas, portanto, nada melhor do que mergulhar e se esconder em meio ao trabalho para esgotar o tempo livre, a fim de deixar de plantar caraminholas em uma mente que ainda está tentando criar um novo paradigma. E conforme pronunciei no relato anterior, a situação mais difícil que lidamos em nossa existência é a de se habituar a uma novidade.


Gastamos parte de nossas vidas procurando a felicidade, quando crianças, nos iludimos acreditando que ganhar o brinquedo mais caro da loja, nos fará feliz por toda a eternidade. Após alguns dias, o brinquedo perde o encanto, o jogamos de lado e logo buscamos outro brinquedo que nos faça feliz.

Surge à adolescência, os amigos, as baladas. Vestimos o vestido mais sexy, um salto agulha, um perfume marcante e uma maquiagem exuberante. Pronto, estamos irresistíveis para atacar qualquer alvo dentro dessa guerra. Brigamos com nossos pais, nos revoltamos, cada vez que eles dizem que andamos com pessoas erradas e nós não aceitamos, achamos que eles não sabem o que é a verdadeira felicidade. Amigos é a família que Deus nos permitiu escolher, mas enquanto existe farra, bebedeira e tudo o que eticamente é proibido, nós somos felizes. Até enfrentarmos as primeiras decepções, aqueles amigos que tantas vezes o chamamos de amigos, tornam-se nossos rivais. As baladas que eram tão inesquecíveis perdem a graça, assim como atirar para todos os lados, torna-se chato. Convivemos com as mesmas pessoas, quase todas desprovidas de cérebro. A falta de um assunto que não seja fútil nos faz criar ânimos para almejar outros propósitos. Chegamos em casa, deitamos a cabeça no travesseiro e o vazio nos assombra.

Será que para ser feliz é necessário viver um relacionamento amoroso? Na esperança de ter encontrado a resposta, você vai à busca do seu novo objetivo, analisa as pessoas, define o alvo e ao pensar que namorar preencheria seu vazio, mais uma vez se ilude, acreditando que a felicidade seria para toda eternidade. Quem é que nunca se imaginou em um conto de fadas? Pois é, sempre me imaginei em um em cada relacionamento que vivi, até que descobri que a vida não é um conto de fadas e nem sempre o final é a praxe: “E viveram felizes para sempre”. Você sofre, sente ciúmes, briga, aprende, ensina e quando o aprendizado se encerra você termina e depois chora como uma criança que perdeu o pirulito.

E nessa busca constante pela felicidade plena, eu já fiz tanta coisa...

Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até perder o fôlego, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado. Já chorei de soluçar ouvindo música no carro. Eu já fiz bola de chiclete e melequei o rosto todo, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxa. Já quis ser modelo, atriz, bailarina, jornalista, psicóloga e analista de sistemas. Já passei trote por telefone, já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei muitos beijos e deixei os meus serem roubados, já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro para a minha melhor amiga. Já confundi sentimentos e acabei entrando em uma bela enrascada.

Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de estrogonofe, já me cortei raspando as pernas depressa para poder ir para a praia. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda. Conheci a morte de perto, como já também desejei não mais viver e agora anseio por viver cada dia mais. Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.

Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já bebi até não sentir as pernas, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei o meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite ouvindo barulhos estranhos e fiquei encolhida na cama, com medo de levantar. Já dancei até o esqueleto doer. Já saí de segunda a segunda, virei noites em uma rave e talvez por isso, hoje vivo com tanto sono. Já viajei sem destino e sem saber para onde ir voltei a minha origem. Já fiz Tênis, academia, natação, Cooper e hidroginástica, mas nunca levei a sério esse lance de ser esportista.

Já tentei mudar meus caminhos, minhas perspectivas e principalmente me desvencilhar da dor e sofrimento, mas aprendi que esta dor é o sinal da evolução do seu caráter. Já quis apagar o passado e começar tudo novinho em folha, mas descobri que a vida não é um caderno de rascunhos. Já conquistei e já fui conquistada. Já amei e já fui amada. Já conquistei e não fui conquistada. Já fui noiva e troquei minha família por um amor, quase me casei, mas quando a vida levou minha avó, descobri o quanto à família é o alicerce de nossas vidas. Depois disso já morei junto durante dois anos e com o casamento marcado, a festa e o vestido comprado, mandei tudo às favas. Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola e no chão da minha rua. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade. Já cultivei relacionamentos, onde eu tinha a total convicção que nunca me apaixonaria como também me mantive por muitos meses, em um relacionamento doente. Já tive todos os possíveis e impossíveis casos de amor.

Já apostei correr descalça na rua apertando a campainha dos vizinhos e fugindo ao sentir a presença deles, já gritei de felicidade, já roubei rosas de um enorme jardim. Já deitei na grama de madrugada e vi a lua virar Sol, já fiz um lual dentro do carro com cerca de dez pessoas berrando ao som de um violão, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas e momentos fotografados pelas lentes da emoção, que hoje os guardo em um enorme baú, chamado coração.

Por mais doloroso que seja às vezes temos que tomar algumas decisões em nossas vidas. Não é nada fácil se desvencilhar do passado, mas viver em função dele também se torna um verdadeiro martírio. É importante aprender a lição. Hoje acredito que a vida funciona como uma escola e enquanto não aprendemos à lição, continuamos vendo os anos passarem e as situações se repetirem, como se o mundo evoluísse e você continuasse na mesmice de sempre. Com tudo o que vivi, posso dizer que sofri muito com os erros cometidos e com perdas financeiras e emocionais, porém há algo de muito valioso que ganhei e isto se chama experiência. Independente do que aconteça isto sempre estará instalado dentro do meu ser.

Ao longo da vida, nos damos conta que existem coisas que duram pouquíssimo tempo, mas há também coisas que duram bem mais. Essas coisas duradouras quase que invariavelmente são interiores. Trata-se das nossas virtudes, assim como alguns de nossos defeitos. Procuro compreender quais são essas coisas duradouras dentro mim. Muitas vezes, fazemos de nossas vidas um círculo vicioso, os anos passam e sentimos a impressão de que as situações se repetem como a seqüência de zero e um, do código binário. Percebemos que os relacionamentos vêm e vão, os projetos começam e acabam, mas há algo que se configura como sendo eterno. Você pode até mudar de relacionamento, mas o desejo de amar perdura. Pode mudar de projetos, mas o desejo de crescer perdura. Assim sendo, não importa tanto qual é o foco externo dos seus desejos, contanto que você aprenda a valorizar suas próprias virtudes neste particular momento da vida.

Passamos anos procurando a metade da nossa laranja, até descobrirmos que somos pessoas inteiras, que somos completos e que antes de encontrar o amor da nossa vida ou procurar a felicidade pelos cantos, descobrimos que a felicidade está dentro de nós. Nós criamos o céu e o inferno e em um único dia podendo vivenciar os dois lados da moeda, basta mesmo saber qual deles é que você deseja alimentar com maior intensidade.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer nossas expectativas, assim como não estamos aqui para satisfazer as delas. Temos que nos bastar. Bastar-nos sempre e ao estar com alguém, fazer isto ciente de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém. As pessoas não se precisam. Elas se completam não por serem duas metades, mas por serem pessoas inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

É muito prazeroso poder fantasiar nossos momentos, construir nossos planos, desenvolver idéias, decidir, desistir, lutar, vencer, perder, enfim, como é bom viver! E além do mais, tudo SOZINHA. Isso mesmo, SOZINHA. Sem dever satisfações a ninguém, sem pedir aprovação de terceiros, sem agüentar bico ou cara de entojo a cada vez que você decide sair com os amigos. Enfim, essa liberdade que construí ao longo das experiências vividas, me fez entender que não adianta procurar a felicidade em coisas ou pessoas, a felicidade está dentro de nós, dentro de nossos pensamentos, das nossas virtudes. Digo isto, porque sempre que tentei buscá-las de outro modo, após o objetivo alcançado, tudo se tornava monótono e no fundo sentia que ainda faltava alguma coisa. E sabe do que se trata este vazio? Da falta de conhecimento próprio. Por isto a cada dia procuro me conhecer melhor, me reformando intimamente e realizando uma mudança de dentro pra fora. Espero que eu esteja no caminho correto. Felicidade plena não existe. Sem dedicação não há aprendizados e muitas vezes sofremos para aprender as matérias da convivência e à medida que nos conhecemos melhor, tudo se torna mais simples, mais significante e mais prazeroso.

5 comentários:

Anônimo disse...

sem comentários... ler isso ao som de queen me desobriga a comentar qq coisa...

Anônimo disse...

Dennyse, adorei seus textos. Me vi em muitas partes. E você nos faz pensar! Parabéns!

Anônimo disse...

Como você bem disse, a felicidade está dentro de nós. E normalmente é nas pequenas coisas! Beijos!

Anônimo disse...

olá dona das horas!.... como ja havia dito, vc escreve muito bem, vc se expressa melhor ainda, e o que tenho a dizer dessa garota, é que, ela é meio enroladinha sabe, as vezes com um parafuso a menos, mas uma pessoa extremamente responsavel e habil naquilo que faz. De, vc merece tudo de bom!, vc não é apenas a Dona das horas, vc é Dona da conquista e de alguns corações, assim como um dia vc o fez comigo! te adoru amore!!!

Dona do Tempo disse...

Eita que essa minha amiga escreve tão bem que acho que nem preciso começar a postar no blog... :P

Eu descobri isso tbm amiga...a felicidade está conosco e nosso maior erro é coloca-la em mãos alheias.

Te amo minha amiga!!!